EXPERIMENTAR O AMOR!

EXPERIMENTAR O AMOR! QUANTAS PESSOAS PERDEM ESTA EXPERIENCIA POR NÃO PARAR PARA DAR ATENÇÃO ÀQUELE QUE ESTENDE A MÃO, É CERTO QUE AS VEZES AS MÃOS ESTENDIDAS SÃO AS MÃOS DE QUEM NOS FERIU, E SE PARARMOS NESTE MOMENTO EXPERIMENTAMOS O AMOR ATRAVÉS DO PERDÃO, SE É DE ALGUÉM QUE JULGAMOS MESQUINHO, EXPERIMENTAMOS O AMOR ATRAVÉS DA HUMILDADE, SE É DE ALGUÉM DE NOSSA FAMÍLIA EXPERIMENTAMOS O AMOR ATRAVÉS DA FRATERNIDADE, SE É DE ALGUÉM QUE SE ENCONTRA MALTRAPILHO, EXPERIMENTAMOS O AMOR ATRAVÉS DA CARIDADE, SE É ALGUÉM QUE NOS CONSOLA, EXPERIMENTAMOS O AMOR ATRAVÉS DA SOLIDARIEDADE, SE É ALGUÉM QUE NOS CORRIGE, EXPERIMENTAMOS O AMOR ATRAVÉS DA VERDADE, SE É ALGUÉM QUE NOS APRESENTA O CRISTO, EXPERIMENTAMOS O AMOR EM SUA TOTALIDADE! ENTÃO PERMITA O AMOR E NÃO VIVERÁS DE VAIDADES! PAZ E FOGO!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O MARTÍRIO DA IMAGEM NUM MUNDO MIDIÁTICO (PE RODOLFO GASPARINI MORBIOLO)




O martírio da imagem num mundo midiático:
a renúncia de Bento XVI é profética!





Amigos Paroquianos, o papa Bento XVI renunciou ao governo pastoral e político da Igreja Católica Apostólica Romana. Chega ao fim um papado breve, mas comovente pelas lutas empreendidas; e pela coragem de dizer "não!". O governo da Igreja precisou dizer "não!" muitas vezes desde a aurora deste novo milênio. Precisou dizê-lo às tentativas da mídia e dos interesses político-governamentais dos povos de invadir e determinar os rumos da fé pela lógica do "modernismo". Precisou também manifestar a incoerência de muitas vozes dentro de seus limites institucionais, que diversas vezes procuraram desfigurar o rosto de Cristo, nodando-o com as sombras de suas próprias concupiscências.
Bento XVI foi um homem à frente de seu tempo desde que fora chamado por João Paulo II para integrar a Cúria Romana como "colaborador da Verdade". Por amor à Igreja de Cristo e obediência ao Romano Pontífice se indispôs, inclusive, com colegas de estudos teológicos de envergadura intelectual.
Ao aceitar o ministério petrino fê-lo com tamanha humildade que parecia esconder-se à sombra agigantada da aclamação de santidade de seu predecessor. Bento já possuía 78 anos quando foi eleito bispo de Roma. Um homem maduro, com experiência de vida e formação humana.
Hoje fragilizado pela mesma razão que leva toda a vida no mundo ao ocaso manifestou um gesto martirial diferente do esperado pelas multidões, mas não menos eloquente. Seu predecessor havia lutado até a exaustão para guiar a Igreja pelo início do novo milênio. Bento XVI preferiu sacrificar sua imagem - a ser criticada pela multidão de incrédulos (até de crédulos!), em vista da "saúde espiritual" da Igreja de Cristo. Um gesto nobre que testemunha amor, fidelidade e abnegação.
Com este gesto ele catequiza a Igreja e seus colaboradores. Todo bispo católico deve pedir renúncia de suas atividades pastorais e governo eclesial aos 75 anos completos. Um ato desafiador para alguém que viveu a vida toda a serviço das "coisas de Deus". O desafio se torna maior quando o que está em jogo é "servir a Deus" ou às suas coisas. Bento XVI escolheu servir a Deus - escolheu recolher-se para que outro o tome pela mão e o conduza até para onde humanamente ele não desejaria ir (cf. Jo 21,18).
Não surpreende a incapacidade jornalística dos tempos em que vivemos de ler atitudes nobres e dignas de pessoas maduras, uma vez que estão tão acostumados às atitudes infantis, violentas e desumanizadoras, publicadas nas capas de seus jornais e revistas, diária e semanalmente. Acredito que não poderíamos esperar outra coisa desta "massa" disforme de consumidores de novidades aterradoras - "furos enriquecedores de reportagem".
Inclusive - eu diria - são incapazes de compreender o que sentimos no “coração da Igreja”. A sensação de perda e de desamparo, também de abandono. A paternidade espiritual que o papa representa é dom do Espírito Santo para a vida da Igreja, independentemente dos limites de sua humanidade - bem parecida com a de todos os homens e mulheres sobre a face da terra. Ver a transição de uma papa é como acolher um novo pai. E o que ouvimos por aí, ofende algo muito especial em nós - a nossa família, a nossa casa, o nosso lar. Um lar que não é perfeito, com uma família que também cometeu erros e continua insistindo em alguns deles, mas permanece a nossa casa.
Sem deixar-nos perder a fé esta hora é tempo de oração. Fico pensando no papa, em seu quarto no Vaticano. Sua consciência. As vozes que não hão de se calar, mas insistirão em julgar, condenar, repreender; provindas de todos os cantos da terra. As mesmas vozes que outrora elogiavam sua intelectualidade e competência, seus sete doutorados, sua atuação eclesial. Precisamos, portanto, unir-nos em oração ao guerreiro que entregou seu posto depois de um árduo e destemido combate.
O papa continua imitando a Cristo e guiado pelo Espírito Santo como nos inícios do Cristianismo. João Paulo II assumiu o martírio da doença. Bento XVI o fez pelo sacrifício da sua imagem eclesial. Ele ficará cognominado pelos séculos como o papa da modernidade que renunciou – como seu predecessor ficou marcado pela oblação física que perpetrou na história da humanidade e da Igreja Católica. Uma hora ou outra todos precisaremos escolher o caminho pelo qual entregaremos nossos corpos e nossas almas nas mãos de Cristo pela coroa do martírio, pois sem Cruz não existe salvação (cf. Mt 10,38; 16,24). E cada qual fará sua coroa martirial com sua própria vida e escolhas, pois a Cruz é de cada um, e todas de Cristo.
Termino agradecendo a dedicação de Bento XVI, e paixão, pela Igreja que chamo de Mãe e Mestra da Verdade. E peço pela Virgem Maria o milagre de Caná: "Mãe, o vinho está acabando e a festa pode acabar a qualquer instante. Mas o teu Jesus nos disse que ela nunca terminaria e que ninguém poderia impedir que esta festa continuasse até o Céu. Como naquele dia em Caná, ou mesmo em Pentecostes, quando humanamente faltavam as esperanças, pedi por nós vossos filhos, os filhos e filhas da Igreja de Jesus, vosso filho querido. Ele nos confiou às vossas mãos maternais na Cruz. Agora, cuida de nós para que não desfaleçamos. Pede Mãe, pelo milagre que esperamos e precisamos, pois quis Deus que estivesses desde a plenitude dos tempos, onde o Milagre se fizesse acontecer. Dá-nos o vinho da festa, o Espírito sem medida, que supera todo o entendimento humano. Que tenhamos um novo papa. Um pai para o nosso povo. Um fiel guardião da fé, neste Ano da Fé. E que após este 'vale de lágrimas', nos vejamos louvando e agradecendo a procidência divina que jamais falha e tudo governa para o bem daqueles que Ele criou para o amor. E ampara os dias de teu servo Joseph Ratzinger, logo bispo emérito de Roma, para que também ele veja com esperança os resultados de seu trabalho e sua dedicação. Amém".

                                                        Padre Rodolfo Gasparini Morbiolo

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