O que me dizes? Jesus multiplicou os pães ou isto é apenas uma forma figurada que o texto nos apresenta? A Bíblia nos quatro Evangelho nos apresenta esta passagem como um milagre. “À vista desse milagre de Jesus, aquela gente dizia: Este é verdadeiramente o profeta que há de vir ao mundo.” Jo 6,14 refere se ao milagre da multiplicação dos pães Jo 6,1-13, também narrado em Mc 6,32-44, Lc 9,10-17 e no texto de Mt 14,13-21 que usaremos para este reflexão.
O povo esperava um rei que
viesse libertá-lo da opressão política do império romano, um rei que viesse com
poder e com um exercito que destronasse o Cesar e assim restituísse aos judeus
o governo da palestina judaica, mas Jesus veio como um menino pobre, que nasceu
em uma estrebaria e teve por berço, não os requintes de um rei, mas um cocho
forrado de capim.
A teologia da libertação
ainda vê a redenção como os antigos esperavam, uma política social humanitária
que coloca todos sob o mesmo nível, dando assim aos pobres as mesmas regalias
que os ricos desfrutam, mas o que é ser rico? Ter bens materiais, estabilidade
financeira? Não é esta a libertação que Jesus veio trazer, Jesus veio para
libertar o homem sim, mas da sua própria escravidão, que o escraviza através do
ter, do poder, do prazer.
“Caía a tarde. Agrupados em
volta dele, os discípulos disseram-lhe: Este lugar é deserto e a hora é
avançada. Despede esta gente para que vá comprar víveres na aldeia. Jesus,
porém, respondeu: Não é necessário: dai-lhe vós mesmos de comer. Mas, disseram
eles, nós não temos aqui mais que cinco pães e dois peixes. Trazei-mos, disse-lhes ele. Mandou, então, a
multidão assentar-se na relva, tomou os cinco pães e os dois peixes e, elevando
os olhos ao céu, abençoou-os. Partindo em seguida os pães, deu-os aos seus
discípulos, que os distribuíram ao povo. Todos comeram e ficaram fartos, e, dos
pedaços que sobraram, recolheram doze cestos cheios. Ora, os convivas foram
aproximadamente cinco mil homens, sem contar as mulheres e crianças.” Mt 14,13-21
A teologia da libertação nos
apresenta este relato bíblico de maneira a entender que Jesus não multiplicou
os pães, mas que levou o povo a exercitar o ato da partilha; é comum ver alguns
sacerdotes pregando desta forma, dizendo que o que Jesus fez ao mandar o povo
se assentar era dizer: Organizem-se! Será que
o que diz o Evangelho está errado? “Jesus levantou os olhos sobre aquela
grande multidão que vinha ter com ele e disse a Filipe: Onde compraremos pão
para que todos estes tenham o que comer? Falava assim para o experimentar, pois
bem sabia o que havia de fazer.” Jo 6,5-6 Por que os evangelistas insistem em
dizer que aquele povo não tinha nada para comer? A ponto de o próprio Jesus se
compadecer deles, acaso Jesus se deixaria enganar por eles? Não tinha Ele poder
para sondar o coração daqueles homens e convidá-los á partilha sabendo que alguns
tinham pães e alimentos em seu poder que se partilhado daria para todos se
saciarem, não tinha Jesus autoridade suficiente para corrigi-los quanto à necessidade
da fraternidade? Ou pior ainda, não tinha Jesus poder suficiente para realizar
multiplicação dos pães tão explicitas nos Evangelho?
Segundo a teologia da
libertação não, pois interpreta a palavra sob uma filosofia marxista, uma
teologia marxista, infelizmente apoiada por membros do clero, que são portas
para que esta realidade herética adentre o coração da Igreja e por vezes desvirtua
a doutrina cristã.
A filosofia hoje estudada e
tão pedida para a formação de sacerdotes e religiosos infelizmente tem incutido
no coração daqueles que deveriam apenas aprenderem a dominarem a arte de falar e transmitir as verdades bíblicas,
pois filosofar é transmitir uma ideia de maneira clara, dando um novo sentido a mensagem, levando as pessoas a verem uma nova verdade mesmo que estas verdades
sejam obras da mente de quem transmite os fatos.
Termino deixando aqui um
questionamento:
Aquele povo que procurava Jesus
levando seus doentes até Ele para serem curados tinham a pretensão de passar
dias no deserto junto com Jesus por isto levavam consigo grande quantidade e
alimentos?
Um povo faminto não atacaria
qualquer um que tivesse consigo alimento para dele se saciar?
Eram este povo tão egoísta a ponto
de esconderem daquele que lhes fizera o bem que carregavam consigo alimentos
dos quais podia partilhar, regozijando assim com os que com eles padeciam dos
mesmos males?
Jesus multiplicou os pães ou apenas
abençoou aqueles que lhes haviam apresentado?
Seriam os discípulos tão
ignorantes para apresentarem uns poucos pães e peixes para Jesus como único
alimento encontrado entre o povo?
Por que Jesus mandaria
distribuir dos pães que ele tinha abençoado a quem já tinha?
É mentira a farinha que se multiplicou na panela e o óleo na ânfora da viúva que abrigou Elias narrado em I Reis 17,16?
É mentira a farinha que se multiplicou na panela e o óleo na ânfora da viúva que abrigou Elias narrado em I Reis 17,16?
São Felipe Neri vive uma experiencia fantástica quando começa a repartir um guisado de legumes que cozeu eu uma pequena panela, este deu daquilo que Deus multiplicou dentro da panela, por sua infinita misericórdia para com as crianças a qual seu servo Felipe teve compaixão!
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